O início

Era mais uma simples e acuada jovem universitária buscando algo para se entreter, quando, de repente, algo mudou a sua vida. Cansada de ficar buscando furtivamente postagens interessantes no facebook e de ter conversas que oscilavam entre o intelectualismo dos estudantes de ciências sociais e as banalidades que se vê na rua, algo novo, inusitado, único apareceu! Foi em uma tarde ensolarada porém fresca de outono que um livro brilhou entre a miríade dos que se encontravam na prateleira bagunçada de livros da loja moderninha na qual a jovem se encontrava. Era grosso, laranja, tinha um ar meio adolescente, mas ao mesmo tempo crítico e criativo. Sentiu o cheiro do livro, folheou as páginas. Espantada, poucas vezes havia visto um desenho tão belo, tão preciso e ao mesmo tempo fluido, como aquele. Os desenhos ganhavam vida naquelas páginas emocionantes repletas de ação e romance. Fazia tempo que não tinha contato com um livro que não era nem um tratado ideológico sobre a sociedade nem uma bobagem qualquer mal escrita. Era, simplesmente, algo maravilhoso. Os olhos deslizavam sobre as páginas.

Imediatamente, comprou o livro. Chegando em casa, devorava-o, mas tinha pena de ler muito rápido para que ele não acabasse, e a vida voltasse a ser tediosa. Não queria perder a companhia diária na  cama que se transformava em um grande barco que a transportava para quelas 592 páginas de um mundo nunca antes navegado.

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Retalhos, de Craig Thompson, foi a paixão à primeira vista do namoro que já dura quase um ano com os quadrinhos. E foi assim que eu entrei nesse mundo.